Stress

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O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de “luta ou fuga” ou de “congelamento”, é a resposta ao stress.

Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, este deixa de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes fases do stress (v. adiante eustress e distress).

Devemos saber reconhecer os seus sinais e sintomas e, consequentemente, tomar medidas para minimizar os efeitos do stress.

A vida moderna é cheia de dificuldades, prazos, frustrações e exigências. Para muitas pessoas o stress é tão comum que se tornou, quase, um modo de vida.

Mesmo de curta duração, o stress pode ter impacto no organismo. O stress agudo causado por uma desavença com o seu cônjuge ou por um evento mais dramático como um terremoto, um acidente, entre outros, pode assumir um impacto ainda maior. Quando sujeito a períodos mais longos, o stress pode tornar-se crónico ou atingir uma situação limite, conhecida como burnout. Veja, de seguida, quais são os diferentes tipos e fases do stress.

Dr. Renato Martins - Terapia de casal - Sexologia - Hipnose Clínica

Podemos identificar dois tipos de stress: O stress positivo e negativo.

A fase positiva (stress positivo) também é conhecida como eustress e a fase negativa (stress negativo) como distress. Ou seja, o stress nem sempre é negativo. Em pequenas doses, pode ajudar-nos a trabalhar sob pressão e motiva-nos a fazer o nosso melhor. Pelo contrário, quando atinge níveis elevados, o corpo e a mente pagam o seu preço.

O stress positivo ajuda-o a manter-se centrado no objetivo que pretende alcançar, enérgico e alerta. Durante uma apresentação estimula a sua concentração ou pode levá-lo a estudar para um exame quando já está cansado e preferia estar a realizar outra atividade, em alternativa.

Em situações de emergência, pode salvar-lhe a vida, dando-lhe a força extra para se defender, mobilizando-o a agir. Na verdade, ele protege-nos, em muitos casos, preparando o corpo para reagir rapidamente a situações adversas. Esta resposta automática de “luta ou fuga” ajudou a garantir a sobrevivência do Homem quando o ambiente exigiu reações físicas rápidas em resposta às ameaças, como as dos animais predadores. Confrontado com o perigo, o corpo entra em ação, inundando-o com hormonas (hormonas do stress) que elevam os batimentos cardíacos, aumentam a pressão sanguínea, aumentam a energia e preparam-nos para lidar com o problema.

Além disso, o stress não surge apenas em consequência de acontecimentos desagradáveis. Acontecimentos positivos, mas que constituem uma mudança significativa na nossa vida, como por exemplo casar, uma nova atividade profissional, uma gravidez, mudança de casa ou cidade, etc, também nos podem deixar tensos e provocar stress e ansiedade.

O problema nos tempos modernos é que a resposta ao stress é acionada regularmente pelo nosso organismo, embora as nossas vidas não estejam em perigo, e a exposição crónica às hormonas do stress pode prejudicar o organismo, como veremos adiante (v. stress crónico).

O nível de stress varia de pessoa para pessoa. Ou seja, o que é stressante para determinada pessoa (muito stress), pode não o ser para outra e o que parece resultar como atenuante do stress numa pessoa pode não ser eficaz com outra.

O stress pode causar danos generalizados, por isso, é importante conhecermos as suas diferentes fases e o nosso próprio limite. Algumas pessoas são capazes de desmoronar perante um obstáculo ou frustração, enquanto outras parecem prosperar sobre a emoção e o desafio de um estilo de vida de alto stress.

A capacidade do indivíduo o tolerar depende de muitos fatores, incluindo a qualidade dos seus relacionamentos, a sua visão geral sobre a vida, a sua inteligência emocional e a própria genética.

É importante aprender a reconhecer quando o nível de stress está fora do seu controlo e é entendido por si como ultrapassando os seus recursos disponíveis, físicos e psicológicos. É importante saber reconhecê-lo e efetuar uma boa gestão do stress, de forma a minimizar o problema.

Os sintomas de stress são a forma que o nosso organismo encontra para nos informar das alterações a que está a ser sujeito. Certamente que já sentiu as mãos transpiradas ou o seu coração a bater mais depressa, antes de efetuar uma apresentação ou participar numa reunião importante ou até enquanto visualiza um filme de terror. Estes são alguns dos sintomas de stress na pele e no coração, mas muitos outros afetam o nosso corpo (sintomas físicos) e mente (sintomas psicológicos).

Desde o stress positivo até pressentirmos muito stress, passando por um stress excessivo ou stress agudo, tudo são fases em que os sintomas de stress e ansiedade vão-se agravando com o decorrer do tempo. Saber reconhecer quais os sintomas em cada uma das fases é de primordial importância, uma vez que, a tendência é que se nada for feito em contrário, o stress irá agravar-se com o decorrer do tempo, podendo desencadear graves consequências para a nossa saúde. Inicialmente os sintomas podem ser ténues, mas quando o stress causa diarreia, dor no peito, queda de cabelo, manchas na pele, dor de barriga, dor nas costas, tonturas, entre outros sintomas exuberantes, então estamos seguramente perante uma severa ameaça à sua saúde e degradação da qualidade de vida.

Hoje, reconhece-se que o cérebro e todas as suas estruturas são responsáveis pelo processamento das sensações, cognições, sentimentos e movimentos. A nível anatómico, o ser humano é composto por vários sistemas tais como: nervoso, gastrointestinal, circulatório, respiratório, tegumentar, muscular, urinário, endócrino, imune, esquelético, reprodutor e outros. Deste modo, o cérebro ao processar e a interpretar toda a informação poderá, em certas situações, aumentar o ritmo cardíaco, provocar respostas electro-dérmicas (o aumento da humidade nas mãos ou testa), aumentar a tensão muscular (os músculos ficam mais rijos) e elevar o estado de concentração.

Este processamento é efetuado sem intervenção do próprio indivíduo e, por vezes, é um ato inconsciente, onde é apenas consciencializado quando há uma reação fisiológica. Por vezes, as reações do sistema fisiológico são tão claras que temos plena consciência que o nosso corpo está a reagir ao que está a acontecer à nossa volta ou ao que estamos a pensar. A forma como estas reações fisiológicas são levadas a cabo são comuns em todos os indivíduos, o que é diferente é a forma como são ativadas, pois dependem, sobretudo, da forma como interpretamos o mundo à nossa volta, do nosso estilo de vida, da experiência passada, da nossa inteligência emocional, da saúde mental, etc.

Para melhor entendermos quais são os sintomas do stress, para os quais devemos estar atentos, dividi-los-emos em mentais e físicos (stress mental e stress sintomas físicos).

Os sintomas de stress emocional são, vulgarmente, os que se seguem:

– Cansaço mental;
– Perda de memória;
– Falta de concentração;
– Apatia e desânimo (pensamentos negativos);
– Ansiedade;
– Preocupação excessiva;
– Alterações no humor (mau humor constante, ou mais frequente);
– Irritabilidade excessiva (a pessoa sente-se frequentemente irritada);
– Agitação psicomotora, incapacidade de relaxar;
– Sentimentos de estar sobrecarregada ou sobrecarregado;
– Sentimento de solidão e isolamento (isolar-se dos outros);
– Depressão ou tristeza;
– Negligenciar responsabilidades, evitar situações;
– O uso de café, álcool, tabaco ou drogas para tentar relaxar.
– Stress – sintomas físicos

Os sintomas físicos do stress são, geralmente, os seguintes:

– Sensação de cansaço;
– Dor de costas, dor muscular;
– Diarreia ou obstipação (prisão de ventre);
– Dor na barriga (estômago);
– Azia; – Tensão arterial alta;
– Tonturas e náuseas;
– Dor de cabeça;
– Dor no peito;
– Frequência cardíaca mais acelerada (taquicardia);
– Perda do desejo sexual (falta de desejo);
– Alergias e constipações frequentes;
– Alterações no apetite (comer muito ou falta de apetite);
– Perturbações do sono (excesso de sono, dificuldade em dormir – sem sono);
– Tiques nervosos (roer as unhas, por exemplo);
– Queda de cabelo;
– Alteração dos níveis de colesterol e triglicerídeos;
– Alterações na menstruação;
– Mãos transpiradas;
– Herpes.

Identificar as causas do stress é uma importante forma de nos prepararmos melhor para o combater. As situações e pressões indutoras de stress são conhecidas como stressores.

Geralmente, vemos o stress como sendo algo de negativo que nos acontece: como um horário de trabalho cansativo ou uma relação complicada. No entanto, acontecimentos positivos, tais como: casar, comprar uma casa, ir para a faculdade, ou até receber uma promoção também podem estar na sua origem.

Obviamente, o stress não é causado exclusivamente por fatores externos. Ele pode ser auto-gerado, por exemplo, quando nos preocupamos, excessivamente, com algo que pode ou não vir a acontecer, pensamentos pessimistas sobre a vida, isto também pode constituir uma fonte de stress. As causas do stress também dependem da perceção que temos dele. Algo que é stressante para uma pessoa pode não o ser para outra.

Algumas das causas comuns de stress são:

Causas de stress externas

– Stress no trabalho (stress profissional);
– Problemas financeiros;
– Grandes mudanças na vida;
– Problemas familiares;
– Etc.

Causas de stress internas

– Padrão de comportamento ansioso (stressada / stressado);
– Preocupação constante;
– Pessimismo;
– Expectativas irreais / perfeccionismo;
– Pensamento rígido, falta de flexibilidade;
– Atitudes de “tudo ou nada”.

O primeiro passo a tomar para dominar os seus indutores (causas) de stress, é identificá-los.

Existem diferentes tipos de fatores, a saber:

Fatores emocionais, que são também denominados como fatores internos, incluindo medos e ansiedades, bem como certos traços de personalidade (tais como perfeccionismo, pessimismo, desconfiança ou uma sensação de impotência ou falta de controle sobre a própria vida) que podem distorcer o nosso pensamento ou a nossa perceção dos outros.

Fatores familiares podem incluir mudanças no nosso relacionamento, problemas financeiros, lidar com uma criança difícil ou um adolescente rebelde ou experimentar a síndrome do ninho vazio (quando os filhos se autonomizam e deixam a casa dos pais).

Fatores sociais surgem nas nossas interações pessoais e podem incluir encontros, festas e falar em público.

Fatores químicos são aqueles que se prendem com o uso de algum tipo de droga: como o álcool, a nicotina, a cafeína ou tranquilizantes.

Fatores relacionados com a tomada de decisões importantes, tais como a escolha de uma carreira ou de um companheiro.

Fatores fóbicos, são aqueles que dizem respeito, por exemplo, ao medo de andar de avião ou estar em espaços apertados, medo de agulhas, entre outros.

Fatores físicos são situações que sobrecarregam o nosso organismo e não acautelam as nossas necessidades básicas, de sono ou alimentação, por exemplo; como trabalhar longas horas sem dormir e stress no trabalho, privando-se de alimentos saudáveis ou em ter que estar em pé durante todo o dia. Podem também incluir a gravidez, síndrome pré-menstrual, ou a prática de exercício em demasia. Stressores de doenças são os produtos resultantes de problemas de saúde a longo ou curto prazo. Fatores relacionados com a dor, podem incluir dor aguda ou dor crónica, também são situações stressantes.

Fatores ambientais incluem o ruído, o trânsito, a poluição, a falta de espaço, muito calor ou muito frio, são também motivo para agudizar o problema.

De realçar nas inúmeras origens de stress, como uma importante causa, o stress no trabalho.

O stress no trabalho é causado pelas pressões que ocorrem no local de trabalho (ou em casa, se é lá que nós trabalhamos). Elas podem incluir prazos apertados, um chefe imprevisível, ou tarefas intermináveis. O stress no trabalho ou stress profissional é hoje em dia uma importante causa num mundo cada vez mais preocupado com o lucro das empresas e organizações, aumentando a pressão sobre os trabalhadores.

Esta pressão vai, muitas vezes, para além do que é razoável, fazendo do local de trabalho uma fonte geradora de muito stress.

O stress crónico perturba quase todos os sistemas do seu organismo, sendo os sintomas de stress crónico ainda mais exacerbados. A exposição prolongada ao stress (crónico) pode levar a sérios problemas de saúde.

O corpo não faz distinção entre as ameaças físicas e as psicológicas. Quando estamos stressados devido a uma agenda repleta, uma discussão com um colega, um engarrafamento no trânsito ou uma montanha de contas, o seu corpo reage tão fortemente como se estivesse diante de uma situação de vida ou de morte. Como já vimos, se temos muitas responsabilidades e preocupações, a nossa resposta ao stress de emergência pode ser “ligado” a maior parte do tempo. O sistema de stress do seu corpo é ativado, o mais difícil é desligá-lo.

Ele pode aumentar a pressão arterial, suprimir o sistema imunológico, aumentar o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, contribuir para a infertilidade e acelerar o processo de envelhecimento. O Stress crónico pode até reprogramar o cérebro, deixando-o mais vulnerável à ansiedade e depressão.

Quando o stress começa a interferir com a sua capacidade de viver uma vida normal por um período prolongado, torna-se perigoso. Quanto mais tempo o stress durar, pior tanto para a mente como para o corpo. Podemos sentirmo-nos cansados, incapazes de nos concentrarmos ou irritados sem uma boa razão, por exemplo. Nesta fase é provocado um grande desgaste no seu corpo.

O stress pode agudizar os problemas existentes. O stress também pode causar doenças, sejam elas provocadas por alterações bioquímicas que ocorram no seu organismo ou por padrões de comportamento pouco saudáveis: comer em excesso, tabagismo, entre outros hábitos. São as consequências do stress.

Perceber as consequências do stress, é uma importante forma de nos consciencializarmos para o combater.

São várias as consequências do stress no nosso corpo provocadas pelas alterações que este induz no nosso organismo. Considera-se, hoje em dia, o stress psicológico como um fator importante numa variedade de sintomas físicos e processos de doenças. Por exemplo, a investigação clínica sugere que uma larga maioria das doenças estão relacionadas com a exposição prolongada ao stress. As evidências mostram como o stress crónico pode reduzir a imunidade e tornar as pessoas suscetíveis a infeções. Por outro lado, as estratégias de redução de stress, como a meditação, o relaxamento e os exercícios, ajudam a reverter esse efeito e a prevenir a doença.

Na presença de stress, as consequências físicas não se ficam por aqui, pois este contribui para o desenvolvimento de doença cardíaca e para o aumento da tensão arterial. Os médicos descobriram que muitas doenças da pele, como urticária e eczema, estão relacionadas com o stress. O stress é pensado como sendo uma causa comum de dor e problemas de saúde, como dores de cabeça, dores nas costas, dores de barriga (estômago), diarreia, perda de sono e perda do desejo sexual. O stress também parece contribuir para estimular o apetite e aumento de peso (engorda) ou provocar o efeito inverso (emagrece), entre muitas outras consequências.

A melhor maneira de evitar o stress é saber identificar as causas, perceber os sinais e sintomas, conhecer os riscos e consequências para a saúde e consciencializar-se para uma atitude antisstress.

Dr. Renato Martins - Terapia de casal - Sexologia - Hipnose Clínica

| Stress e Burnout

O Burnout é uma situação limite onde existe stress de tal forma excessivo que podem daí advir graves consequências para a saúde.

Com a pressão do dia-a-dia e o ritmo acelerado em que vivemos muitos de nós, cheios de responsabilidades profissionais e familiares, não é de admirar que, por vezes, nos sintamos stressados ao limite, perdendo o controlo das nossas vidas.

Às vezes, a gestão do stress não é suficiente. Se tem dificuldade em gerir o stress, pode precisar de ajuda extra. Nesse caso procure um especialista que o ajude no controlo dos seus níveis de stress.

De modo a evitar esta situação limite (burnout) saiba identificar as causas e tenha uma atitude antisstress, rumo a uma vida mais saudável. Todos nós temos que conviver com o stress, mas se não for travado pode, profundamente, afetar tanto a mente como o corpo. Felizmente, se agirmos atempadamente podemos controlar a nossa vida, gerindo o stress e efeitos no organismo. Se, por outro lado, deixarmos evoluir o problema podemos aí sim, enfrentar uma situação complicada, onde ajuda dos profissionais de saúde é indispensável.

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